Hoje, 25 de Abril do ano de 2015, gostaria de vir aqui tecer loas a um dia
25 de Abril, no já quase longínquo ano de 1974 mas, sinto um misto de dois
sentimentos, antagónicos. Por um lado foi um dia de Alegria e Esperança e por
outro, face ao que nos trazem os dias de hoje, de Desencanto.
Decerto não irei agradar a muitos, mas ainda tenho a esperança de que não
seja só eu a pensar assim. Portanto, como muitos utilizam as palavras chave, “Liberdade”,“Abril”
e “Democracia” para todo o tipo de desmandos, eu, depois de ouvir alguns
discursos (só parte, porque já não tenho “pachorra” para ouvir tudo), feitos
hoje na Assembleia da República e usando dessa mesma Liberdade, aqui deixo
algumas considerações sobre um assunto recente. É o caso de que principalmente
quando se aproximam eleições, sempre aparecem uns grupos, pleiades de
indivíduos especialmente inteligentes que nos demonstram, cientificamente, tudo
aquilo que devemos fazer, nunca explicando porque é que anteriormente não foram
capazes de evitar o que se foi então fazendo. Porém, podemos estar descansados
porque outros, tão ou mais inteligentes que estes, vão aparecer a dizer e
provar exactamente o contrário.
No meio de tudo isto, quem pagará a factura será sempre o mesmo!
Abstenho-me de vir aqui trazer o meu caso pessoal e a minha visão do que
foram aqueles tempos, só peço que nesta voragem democrática não desvalorizem a
memória dos que viveram esses tempos conturbados e que teriam muito que contar,
o que não agradaria a boa parte de muitos “democratas” de hoje e também daquele
tempo!
Aqui está como este bom povo
acredita em todas as oposições que lhe trazem um mundo novo
e uma mão bem cheia de ilusões!
Sejam de esquerda ou de direita,
prometem todos muito dinheiro porque esperam, estão à espreita,
dar o tal saltinho para o poleiro!
E uma vez que sejam lá chegados,
os problemas ganham tal volume que para não ficarem “queimados”,
metem-nos a nós as mãos no lume!
Diz-nos uma boca de grossos lábios
as grandes novas que nos trouxeram uma assembleia de eminentes sábios.
Até hoje, onde é que eles estiveram?
Dizem-se economistas conceituados!
Pois que venham e seja em boa hora! Bem, mas não sejam envergonhados!
Digam lá, onde estiveram até agora?
Desconfio das eminências da economia
que vão levando todo o nosso
dinheiro. Confio mais numas contas de mercearia,
rabiscadas pelo meu “pacato” merceeiro!
Será que a economia que nos trazem
é igual àquela que pôs o país a pedir? Já chega o mal que estes nos fazem!
Vindo da economia, nada nos faz rir!
O truque, conhecido, já é muito velho
e milagres aqui neste país ninguém faz. Vejam lá que nós até temos um “coelho”,
um especialista, que dá saltos para trás!
Mas o povo parece que é disto que gosta.
Tem alguma atracção para cair no buraco e agora, estes economistas do chefe Costa,
vão-lhe servir, ou dar, “bacalhau a pataco”!
E nesta tão falada crise de austeridade,
muito fácil é dizer o que se deve fazer. Difícil é arcar com a responsabilidade,
porque isso, é só ao povo que faz doer!
Mas se este bom e crente povo é assim,
tudo aguenta, fazendo jus às suas raízes,
um desejo eu tenho e não é só para mim. Aguentem, divirtam-se e sejam felizes!
Será assim? Será o fim da austeridade,
esta oferta com raminhos de incenso?Ninguém saberá se é mesmo verdade,
por isso, aqui só deixo o que eu penso!
Tudo isto, me faz lembrar casamento.
A nossa sina não me parece diferentee unimo-nos, até ao último momento,
para o bem e para o mal, a tal gente!
E poderemos dormir bem descansados
pois nunca mais teremos um pesadelo,porque os políticos, bem intencionados
e carinhosos, nos tratarão com desvelo!
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