quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ainda ... Frei Lopo Pereira de Lima (história versejada)




Frei Lopo Pereira de Lima, Balio de Leça

Com o apoio do companheiro,
o seu chefe e seu irmão Diogo,
Frei Lopo, de Malta cavaleiro,
entrou na Galiza e foi dar fogo.

E foi sempre, com seu irmão,
que foi andando nesta guerra.
E glória, de Portugal e D. João, 
foi que  tomaram Salvaterra!

Tomada esta praça, então
uma empresa de tanto valor,
se apressou muito D. João,
nomeando-o, Governador!

A guerra ficava mais mansa
naquela fronteira do Minho.
Tanta guerra, também cansa!
Frei Lopo temia ficar sozinho!

Por tudo aquilo que eu sei,
seu irmão ia fazer-lhe falta,
pois por carta escrita ao Rei,
dizia-lhe querer ir a Malta.

Para não ficar sem o mano,
Frei Lopo Pereira, submisso
escreve então ao soberano
e oferece-lhe o seu serviço!

Oferecimento tão estranho
este de Frei Lopo Pereira
que com denodo tamanho
defendera a sua fronteira!

O rei em carta mui honrosa,
dado que estava em guerra
gostou muito de tal prosa,
e “deu-lhe” ele Salvaterra!

Do Extremo, diz alguém. 
Só acredita quem queira.
Salvaterra, eu acho bem,
mas não é aquela da Beira!

Haja, informação mais precisa!
Eu digo que isso não o temo,
Salvaterra será pois, da Galiza ,
para mim, não é a do Extremo!

Mas não foi muita a satisfação,
Frei Lopo tinha outro objectivo.
Governador da Guerra do Sertão 
talvez fosse um bom motivo!

Isso era o que D. João pensava.
Frei Lopo Pereira pensava maior!
Assim, ele ao seu rei se negava,
que o seu destino, era ser Prior!

Sentindo já do irmão a sua falta
e como um frade também mente,
pede ao rei que o deixe ir a Malta
pois tem o seu irmão ... “tão doente”!

Tardou o regresso a Portugal,
mas foi com grande esplendor.
O irmão, esse, estava tão mal
que Lopo veio de lá feito Prior!

Era o que ele pensava e dizia
a todos os que o queriam ouvir.
Porém se o rei não lho permitia
nenhum outro lho ia permitir.

Assim, Lopo Pereira de Lima,
teve de usar, mas com recato,
o título que lhe estava acima.
Tal era o de ser, Prior do Crato!

E se coisa assim nunca se viu,
para que ninguém o esqueça,
ficou e para sempre, só Balio
das terras, no mosteiro de Leça!

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